A deputada estadual Neusa Cadore (PT) participa da sétima edição da Marcha das Margaridas, aberta formalmente na noite desta terça-feira (15) com apresentação da pauta das trabalhadoras rurais. A parlamentar também acompanha os anúncios feitos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em ato na Esplanada dos Ministérios, nesta quarta-feira (16).
Neusa destacou a importância da luta das mulheres. "Esta manifestação em massa evidencia a poderosa presença das nossas vozes. Nossa batalha é inspirada por figuras como Margarida Alves e Marielle, além de inúmeras mulheres que defendem os direitos que nos pertencem. Nossa luta foi crucial para derrotar o fascismo e trazer de volta Lula."
"Hoje, celebramos a esperança e o retorno do ministério das Mulheres. Políticas transversais desempenharão um papel vital no combate à violência e na garantia da nossa autonomia e direitos. Seguiremos em Marcha, até que todas sejamos livres.", conclui a deputada.
“A nossa plataforma política revela para que e por que estamos aqui”, afirmou a secretária de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), a piauiense Mazé Morais, também coordenadora da Marcha, que tem “reconstrução” como um dos principais temas.
“Nós, mulheres do campo, da floresta e das águas, estamos aqui. (…)”, disse Mazé. “Que realmente as políticas públicas cheguem nos mais diversos cantos do nosso país. Acreditamos num mundo em que é possível consumir alimentos saudáveis, sem racismo e com justiça ambiental.”
Contra o extermínio
Vários ministros participaram da cerimônia de abertura, em Brasília. A titular da Saúde, Nísia Trindade, disse que o governo fará “anúncios importantes” amanhã. Sua pasta, por exemplo, reorganizou o Grupo da Terra, para discutir temas específicos. A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, adiantou que sua área atenderá vários itens.
Já a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, se emocionou ao ouvir gritos de “Marielle” e reiterou o esforço para acabar com a “política de extermínio” das mulheres. “Assim como Margarida, minha irmã também é vítima desse feminicídio político. A ancestralidade vai estar sempre pulsando em nós”, disse Anielle. O nome da Marcha faz referência a Margarida Maria Alves, líder sindical na Paraíba, assassinada em 1983. Durante o evento, surgiu a notícia de que Margarida será incluída no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.
Resposta de Lula à pauta
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, reiterou a importância das mulheres na defesa da democracia e na eleição de Lula em 2022. E acrescentou que é ele que responderá amanhã sobre a pauta apresentada pela Contag em junho, com 13 itens.
Também hoje, pela manhã, o Senado promoveu sessão especial em homenagem à Marcha das Margaridas. Autor do requerimento, o senador Beto Faro (PT-PA) também falou sobre as reivindicações. “Acredito que cada ponto da pauta será estudado e observado com muita atenção, pois irão nortear nosso trabalho no parlamento em favor da justiça social.”
Participação, soberania, autonomia
"Esperamos que essas Casas (Câmara e Senado) considerem as nossas demandas e a sucessão das ações previstas no Plano Plurianual 2024-2027, garantindo orçamento público durante sua efetivação nos próximos anos”, afirmou Mazé durante a sessão. O documento inclui temas como democracia, participação política, autonomia das mulheres, soberania alimentar, acesso à terra, biodiversidade e inclusão produtiva.
“Só estamos aqui porque fomos capazes de colocar no seu devido lugar aquele que afrontou a nossa democracia”, afirmou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. Segundo ela, o país ficou quatro anos sem políticas de direitos humanos, para povos indígenas e agricultores, “e o Lula vai trabalhar muito, nós vamos trabalhar muito” para reconstruir essas ações, ainda que nem todas as demandas possam ser atendidas no período do mandato, até 2026.
Sonia Guajajara (Povos Indígenas) falou em “luta pela existência”, diálogo e crise ambiental. “Não podemos negar a emergência climática que o mundo vive hoje.” Além disso, a Marcha é um manifesto contra a violência “que ainda aflige muitas de nós, mulheres”. E ressaltou a importância da presença maior das mulheres “nos espaços de tomada de decisão”.
Fonte: Brasil de Fato
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